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Contra venda de hidrelétricas movimentos ocupam usina mineira

18/08/2017

Ao todo mais de 1.500 pessoas, entre integrantes de movimentos sociais e sindicais, protestam dentro da usina de Miranda, no triângulo mineiro.

 

O ato é em denúncia à tentativa de privatização de 4 usinas mineiras que estão prestes a serem leiloadas pelo governo federal. A ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica, já tem data marcada para vender as hidrelétricas, 27 de setembro.

 Miranda é uma das 4 usinas que estão para leilão. A hidrelétrica, que fica no município de Indianópolis (MG) a 63 km de Uberlândia, tem capacidade para gerar 408 MWH. Ao todo, as 4 usinas que estão para venda; Volta Grande, Jaguara, Miranda e São Simão correspondem à 50% de toda a energia gerada no estado. Para Jefferson Silva, presidente do Sindieletro - Sindicato dos Eletricitários de Minas Gerais, a venda das hidrelétricas e um ataque ao povo.

“Nós não vamos deixar o Temer vender estas usinas. Elas são do povo mineiro, já foram pagas por nós e não vamos entregá-las para o leilão. A venda das hidrelétricas pode levar a CEMIG à completa privatização e consequentemente à precarização e terceirização dos nossos trabalhadores. Estamos mobilizados e não vamos permitir esse ataque! ”

 

Entenda

 Temer pretende leiloar as usinas mineiras para arrecadar 11 bilhões de reais. Movimentos sociais e sindicais denunciam que se a venda acontecer, a conta de energia dos consumidores pode aumentar. Isto porque o edital de leilão das usinas prevê que o valor pago pela compra das hidrelétricas seja descontado na conta de luz dos consumidores. Ou seja, a empresa que arrematar o leilão vai, ao longo do período de sua concessão, descontar na conta de energia o valor pago pela compra das usinas.

Além de exigir o cancelamento do leilão, os manifestantes também querem a criação de um fundo social com o dinheiro excedente da geração de energia dessas usinas. Para se ter uma ideia, de acordo com o que está proposto no leilão, 70% do que será arrecadado com as hidrelétricas será destinado para o lucro da empresa dona da concessão e também para o banco que financiar a compra das usinas. Os movimentos exigem a criação de um Fundo Social para que todo dinheiro excedente arrecadado comas hidrelétricas seja investido em ações sociais para o povo mineiro, a exemplo do que foi feito com o Fundo Social do Pré-Sal.

“Não aceitamos este leilão! Queremos que as usinas continuem sob controle total da CEMIG e que ela reduza o valor da tarifa de energia. Exigimos também que todo o dinheiro excedente dos custos de manutenção e operação destas usinas fique para o povo mineiro, com a criação do Fundo Social para Minas Gerais.” afirma Pablo Dias, do Movimento dos Atingidos por Barragens.

 

Resistência

  Para organizar a luta contra a privatização das usinas, trabalhadores do campo e da cidade estão articulados em uma Plataforma Operária e Camponesa de Energia. A Plataforma é uma iniciativa de caráter nacional que articula trabalhadores pela luta da soberania energética no país, como por exemplo, a luta contra a privatização da Petrobrás. Em Minas Gerais, a pauta principal da articulação tem sido o combate à privatização do setor elétrico, imposta por Michel Temer.

 Ao longo de todo o primeiro semestre foram realizados seminários em mais de 12 regiões do estado, explicando o que está acontecendo com as usinas mineiras e conscientizando a população sobre a importância de combater este leilão. Agora, os participantes destes seminários estão envolvidos na ocupação das usinas.

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